quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Radamés Gnattali

Radamés Gnattali
Foto: Divulgação / PMPA

O compositor, arranjador, regente, pianista e professor Radamés Gnattali nasceu em Porto Alegre/RS em 27/1/1906 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 13/2/1988. Filho do imigrante italiano Alessandro Gnattali e da pianista gaúcha Adélia Fossati, foi criado em um ambiente tipicamente italiano, com seus costumes, cultura e o amor pela música. Foi envolvido desde cedo pela paixão que os pais nutriam pela ópera, que se refletiu nos nomes dos três filhos do casal: Radamés, Aída e Ernâni, todos personagens de óperas de Verdi.
Aprendeu piano com a mãe e aos 9 anos ganhou um prêmio por sua atuação como regente de uma orquestra infantil, que tocou arranjos feitos por ele. Aos 14 entrou para o Conservatório de Porto Alegre para estudar piano, e acabou dominando também a viola. Já por essa época freqüentava blocos de carnaval e grupos de seresteiros boêmios, para os quais, na impossibilidade de levar o piano, aprendeu a tocar cavaquinho. Até se formar no conservatório, estudava para ser concertista e tocava em cinemas e bailes para se sustentar.
Em 1924, recém-formado, foi para o Rio de Janeiro se apresentar no Teatro Municipal, executando um concerto de Tchaikovski sob regência de Francisco Braga. Nessa viagem conheceu o compositor Ernesto Nazareth, e passou os dois anos seguintes entre Porto Alegre e Rio, sempre trabalhando com música erudita.
Em sua cidade natal montou um quarteto de cordas e com ele viajou por todo o estado, o que fortaleceu sua base para a orquestração. No início dos anos 30 radicou-se definitivamente no Rio de Janeiro, onde se deu sua estréia como compositor, com a apresentação de Rapsódia Brasileira, interpretada pela pianista Dora Bevilacqua. Por essa época, em face às dificuldades com a carreira de concertista, resolveu investir no mercado da música popular. Foi contratado por orquestras que animavam bailes, festas e programas de rádio.
Em 1934 passou a ser o orquestrador da gravadora Victor e dois anos depois participou da inauguração da Rádio Nacional. Lá Radamés atuou como pianista, solista, maestro, compositor, arranjador, usando sua bagagem erudita no trato com a música popular. Permaneceu na Rádio Nacional por 30 anos e criou arranjos antológicos, como Lábios que beijei (J. Cascata e Leonel Azevedo), gravado por Orlando Silva em 1937, e Aquarela do Brasil (Ary Barroso), em 1939.
Em 1943 criou a Orquestra Brasileira de Radamés Gnattali, que tocava os arranjos do maestro no programa Um Milhão de Melodias, dando um colorido brasileiro aos sucessos estrangeiros. Para isso, Radamés passou a usar os instrumentos da orquestra de forma percussiva, conseguindo efeitos até então inéditos. O programa foi também o primeiro a prestar homenagens a compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Zequinha de Abreu.
Enquanto atuou no rádio não deixou de lado as carreiras de pianista, concertista e compositor. Compôs concertos e peças sinfônicas executadas ao redor do mundo. Em 1960 viajou à Europa com o Sexteto Radamés Gnattali, grupo derivado do Quarteto Continental, criado na Rádio Continental em 1949. O Sexteto era formado por Radamés, Aída Gnattali (piano), Chiquinho do Acordeom, Zé Menezes (guitarra), Pedro Vidal Ramos (baixo) e Luciano Perrone (percussão).
Nos anos 60 foi contratado pela TV Globo, onde trabalhou durante 11 anos como arranjador, compositor e regente. Foi peça fundamental no movimento de redescoberta do choro ocorrido na década de 70, atuando como incentivador e mestre de jovens instrumentistas como Raphael Rabello, Joel Nascimento, Maurício Carrilho, a Camerata Carioca, e estimulando releituras de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e outros mestres do choro.
Em 1983, recebeu o prêmio Shell na categoria música erudita, concedido por unanimidade, ocasião em que foi homenageado com um concerto no Teatro Municipal, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, do Duo Assad e da Camerata Carioca.

Raul de Barros

Raul de Barros
Raul de Barros (Raul Machado de Barros), instrumentista, compositor e regente nasceu no Rio de Janeiro RJ em 25/11/1915. No início da década de 1930 tomou lições de sax-horn com Ivo Coutinho, mas logo trocou-o pelo trombone, que aprendeu com Eugênio Zanata.
A partir de 1935, tocou em pequenos clubes de bairros e subúrbios do Rio de Janeiro, e mais tarde trabalhou nos dancings Carioca e Eldorado, dos quais o maestro Carioca o levou para a Rádio Tupi. Três anos depois, começou a acompanhar cantores em gravações e excursionou por Montevidéu, Uruguai, passando em seguida para a Rádio Globo, onde formou sua própria orquestra, tocando no programa Trem da Alegria. Mais tarde foi convidado a gravar na sua orquestra na Odeon, lançando então seu chorinho Na Glória, com o qual ficaria famoso.
Em 1950 casou com a cantora Gilda de Barros, crooner de sua orquestra, e em seguida transferiu-se para a Rádio Nacional, onde teve um programa semanal e atuou em vários outros. Numa eleição promovida pelo crítico Ari Vasconcelos, em sua coluna da revista O Cruzeiro, foi escolhido em 1955 o melhor trombonista do ano. Nos anos seguintes gravou quatro LPs na Odeon e, em 1961, participou da gravação do LP do cantor Gilberto Alves, na Copacabana.
Em 1966 fez parte da delegação brasileira ao Festival de Arte Negra de Dacar, Senegal, ao lado de Clementina de Jesus, Ataulfo Alves, Paulinho da Viola, Elton Medeiros e outros. Em 1974 gravou, como solista, um LP para a Marcus Pereira. Além de Na Glória, que se tornou seu prefixo musical (muito conhecido pela seqüência melódica para as palavras "Na Glória", dominante-tônoca-tônica, o que ajuda a "dar o tom" a cantores), gravou também, e com êxito, Pô-rô-rô, Pô-rô-rô, de sua autoria.
Gravou 48 discos, um deles em CD, reedição do LP O som da gafieira (1979), pela gravadora CID. Em 1997, ao completar 82 anos, estava doente, pobre e esquecido, no município fluminense da Maricá, afastado da vida artística.
Fontes: Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora, 2000.

Romeu Gentil

O compositor e cantor Romeu Gentil (Romeu Scovino) nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 3/6/1911 e faleceu na mesma cidade em 15/10/1983. Nasceu na praça Onze e se criou no morro do Pinto, tendo cursado o primário numa escola local. Aos 12 anos deixou os estudos e começou a trabalhar numa fabrica de chinelos. No morro do Pinto fez amizades e se tornou seresteiro, aprendendo violão com seu sobrinho Jorge Scovino.
Começou a carreira profissional como cantor em 1940, apresentando se em varias rádios, destacando-se o programa Barbosa Júnior, da Rádio Mayrink Veiga, em 1942. Nessa época conheceu o compositor Zé Pretinho, seu parceiro no samba Estou sentido com você, gravado no mesmo ano por Arnaldo Amaral, na Columbia.
Daí em diante prossegue compondo, tendo gravado também como cantor, na Mocambo. Uma de suas composições, Jornal de ontem, na voz de Orlando Silva, foi utilizada numa rádionovela da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, em 1944.
Formou com Paquito uma dupla que se tornou famosa por suas composições de Carnaval. Em 1949, a marcha Jacarepaguá (com Paquito e Marino Pinto), alcançou algum sucesso, sendo gravada pelos Vocalistas Tropicais. Um ano depois, em parceria com Paquito, compôs a marcha Daqui não saio gravada pelo mesmo conjunto, que venceu o concurso de músicas de carnaval promovido pela prefeitura do Rio de Janeiro. A dupla conseguiu o mesmo prêmio no ano seguinte com Tomara que chova, gravada por Emilinha Borba e pelos Vocalistas Tropicais.
Em 1955, seu nome apareceria novamente com destaque no carnaval, com a marcha Água lava tudo (com Paquito e Jorge Gonçalves), gravada por Emilinha Borba. Por essa época, várias de suas músicas faziam parte de peças de teatros de revista, entre os quais o Recreio, o Rival e o Carlos Gomes.
Em 1956, Boi da cara preta (com Paquito e José Gomes) tornou-se popular na gravação de Jackson do Pandeiro. Em 1958 gravou um disco na Mocambo como cantor, a marcha O Lopes perdeu a guerra (com Paquito e Boexi) e o samba Desconfiei (com Walter Machado). Outro grande sucesso de sua autoria foi Bigorrilho (com Paquito e Sebastião Gomes), gravado por Jorge Veiga em 1964. Durante 22 anos foi fiscal da SBACEM.
Obras
Água lava tudo (c/Paquito e Jorge Gonçalves), marcha, 1955; Bigorrilho (c/Paquito e Sebastião Gomes), samba, 1964; Bigu (c/Paquito e Sebastião Gomes), samba, 1965; Boi da cara preta (c/Paquito e José Gomes), marcha, 1956; Daqui não saio (c/Paquito), marcha, 1950; Jacarepaguá (c/Paquito e Marino Pinto), marcha, 1949; Nem de vela acesa (c/Paquito), marcha, 1950; Tomara que chova (c/Paquito), marcha, 1951.

Raul Roulien

O cantor, ator e diretor de teatro e cinema Raul Roulien (Raul Entini Pepe Acolti Gil) nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 8 de Outubro de 1905 e faleceu em São Paulo em 8 de setembro de 2000. Nasceu no bairro carioca de Botafogo. Cantava desde a infância. Conta-se que foi ouvido pelo Presidente Rodrigues Alves e por Rui Barbosa.
Quando visitava um irmão em Buenos Aires, foi contratado para cantar no Cine Porteño, passando a se dedicar ao teatro. Casou-se duas vezes. Sua primeira mulher foi a atriz Abgail Maia. A segunda, também atriz, Diva Tosca, foi atropelada e morta em Holywood em 1933, por um jovem embriagado, o futuro diretor de cinema John Huston.
Começou a carreira artística aos oito anos, como Raul Pepe. Faleceu em São Paulo aos 98 anos, vitimado por problemas cardíacos. Afilhado de Ruy Barbosa, foi homenageado no velório pelo Botafogo, do qual era torcedor apaixonado e pela família imperial, à qual era ligado, por ser monarquista.
Destacou-se primeiramente no teatro ligeiro. Foi o maior galã brasileiro de sua época. Em 1928, formou a companhia Abgail Maia-Raul Roulien, tendo sido autor de um gênero denominado "teatro de frivolidade", e introdutor de espetáculos rápidos nos intervalos das sessões de cinema.
Entre 1928 e 1930, gravou nove discos na Odeon, com músicas quase todas de sua autoria. No primeiro disco, aparecem os tangos Tu amor y un ranchito e Adiós mis farras, ambos de sua autoria, sendo que o último foi também gravado por Francisco Alves, tendo alcançado grande sucesso. Em seguida, gravou os tangos Machacho de oro, de sua autoria e Niño bien, de J. Collazo.
Em 1929, gravou na Odeon o fox-trot Miss St. Paul, parceria com Mark Hermanns, o fox-romanza Juventud, de sua autoria e o samba Felicidade, a valsa Nunca e o tango Ave noturna, também de sua autoria e, na Parlophon, os tangos Mala yerba e Bibelot, igualmente de sua autoria.
Em 1930, gravou o fox-trot Saudade má, de sua autoria com arranjos de Mark Hermans e a valsa Tua, de sua autoria. Além de ator, foi diretor de teatro e cinema. Em 1931, foi para Nova Iorque, onde conseguiu um contrato na Fox. Estreou na versão em espanhol de Eram 13.
Entre 1931 e 1934, atuou no cinema americano, numa série de filmes dentre os quais Delicious, dirigido por David Butler, no qual interpretava um compositor russo, e cantava Delicious, dos irmãos Gershwin.
Em 1932, estava em Painted Woman" da Fox, e em 1933 em No dejes la puerta abierta e It's great to be alive. Seu filme mais conhecido foi Flying down to Rio onde atuou ao lado de Ginger Rogers e Fred Astaire, no qual cantava Orchids in the moonlight. Neste mesmo ano, publicou o livro A verdadeira Hollywood. Ainda em 1933, lançou na Victor duas canções que se tornaram clássicas: Favela e Guacyra, de Hekel Tavares e Joraci Camargo. No mesmo ano, lançou dois fox-trots de Irvin Berlin com versões suas: Mente por favor e Se eu perdesse você.
Em 1934, atuou em The world moves on, dirigido por John Ford. De volta ao Brasil, dirigiu o filme Grito da mocidade, em 1937, no qual participou, também, como ator. Em 1938, a Companhia Teatral de Raul Roulien encenou a peça Malibu, de Henrique Pongetti, da qual participava a cantora Elisa Coelho. Em 1939, produziu e dirigiu Aves sem ninho e 10 anos mais tarde foi diretor e argumentista de Asas do Brasil.
Com atividades bastante diversificadas, foi também apresentador de programas de televisão, repórter de jornais brasileiros e estrangeiros, e promotor do concurso Miss São Paulo, para os Diários Associados, que perdurou por muitos anos. Abandonou o cinema em 1950, tentando retomar esta atividade em 1984, idealizando um documentário sobre a vida do sanitarista Osvaldo Cruz. Em 1995, vitimado por um derrame afastou-se definitivamente da carreira artística.
Fonte: Adaptado do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Rosana Toledo

Rosana Toledo

Rosana Toledo (Maria da Conceição Toledo), cantora, nasceu em Belo Horizonte/MG em 29/9/1934. Começou a cantar no ano de 1938, aos quatro anos de idade, no orfanato de São João Batista (BH). No ano seguinte, transferiu-se para o Colégio Nossa Senhora do Monte Calvário, participando de todas as apresentações musicais realizadas nas festas da escola.
Iniciou sua carreira artística em 1947 juntamente com sua irmã, a também cantora Maria Helena Toledo. Fizeram seu primeiro teste artístico na Rádio Guarani: apresentaram-se no programa Gurilândia com o nome de Irmãs Toledo, defendendo a música Beijinho doce (Nhô Pai), conhecida criação das Irmãs Castro, de São Paulo. Consagraram-se depois na audição da Hora da Corneta, animada por Valdomiro Lobo. A dupla atuou no cenário artístico até 1951, voltando a se reunir oito anos depois.
Em 1955, deu início à sua carreira solo, apresentando-se na Rádio Mineira. Foi escolhida como melhor cantora por um júri de diretores artísticos mineiros. No ano seguinte, recebeu o título de Rainha do Rádio de Belo Horizonte. Participou da programação musical da TV Itacolomi (MG). Convidada a se apresentar na TV Tupi, do Rio de Janeiro RJ, foi contratada pela Polydor para seu primeiro disco em 1957, um 78 rpm com a valsa "Chove lá fora", de Tito Madi e o bolero Faça de conta, de Fernando César, com acompanhamento da orquestra de Enrico Simoneti.
Voltou a Belo Horizonte onde recebeu o Prêmio de Melhor Estrela da Televisão Mineira. Assinando contrato com a gravadora Odeon, gravou o LP A voz acariciante de Rosana, com destaque para Sonata sem luar, de Fred Chateaubriand e Vinícius Carvalho, apresentando-se nas principais cidades brasileiras.
Em 1959 refez com Maria Helena a dupla Irmãs Toledo na TV Itacolomi, de Belo Horizonte. Em 1960, gravou o Samba triste, de Billy Blanco e Baden Powell e a Canção que morre no ar, de Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli. No ano seguinte, foi para a RCA Victor e gravou o samba Maldade e o samba-canção Eu e tu, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, o samba-canção Saudadezinha, de Hianto de Almeida e Macedo Neto e o samba Saudade vem correndo, de sua irmã Maria Helena Toledo e Luiz Bonfá.
Embora atuando como cantora do samba-canção, foi muito solicitada nessa época a participar de espetáculos ligados à bossa-nova, em clubes e boates do eixo Rio-São Paulo. Em 1962, ingressou na RGE e gravou o bolero E a vida continua, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim e o samba-canção Dá-me tuas mãos, de Erasmo Silva e Jorge de Castro. Em seguida, lançou o LP Rosana... a voz do amor, incluindo Tudo de mim, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, Samba em prelúdio, de Vinícius de Moraes e Baden Powell e Segredo, de Herivelto Martins e Marino Pinto.
No ano seguinte gravou o LP ... e a vida continua, destacando-se a faixa título de Jair Amorim e Evaldo Gouveia e Não me diga adeus", de Paquito, Luís Soberano e João Correia da Silva. Em 1963, lançou o LP Sorriso e lágrima, com Eu e tu, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, Se houver você, de Fred Chateaubriand e Vinícius Carvalho e Tristeza de nós dois, de Durval Ferreira, Bebeto e Maurício Einhorn, entre outras.
Gravou ainda em 78 rpm o samba-canção Segredo, de Herivelto Martins e Marino Pinto. Em 1965, gravou o elepê Momento novo, com Inútil paisagem, de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, Momento novo, de Luiz Bonfá e Maria Helena Toledo e Só tinha de ser com você, de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira.
Em 1975, participou da série de programas de rádio MPB 100 ao vivo, transmitida para todo o Brasil pelo Projeto Minerva, pela Rede Nacional de Emissoras, produzida e apresentada por Ricardo Cravo Albin. Dessa série resultaram oito LPs de igual título.
Em 1976, estrelou, juntamente com o compositor Cartola, o espetáculo O sol nascerá, apresentado no Ibam no Rio de Janeiro, com direção e apresentação de Ricardo Cravo Albin, show que narrava a história da MPB nos anos 1960 e 1970. Para o lançamento da série de oito LPs, participou de dois shows em 1976, o primeiro no MAM do Rio e o segundo no Teatro Guaíra de Curitiba, ambos apresentados pelo produtor Ricardo Cravo Albin, quando um grande elenco se revezava para apresentar em duas horas a história da MPB em suas diversas décadas.
Passou a morar no Retiro dos Artistas, a partir de 2001, de onde sai eventualmente para shows e eventos promovidos pela entidade.

Odair José

O compositor e cantor Odair José (Odair José de Araújo) nasceu em Morrinhos-GO em 16/8/1948. Começou a se interessar por música aos dez anos, aprendendo a tocar piano, gaita e violão de ouvido. Aos 12 anos foi para Goiânia-GO e aos 18 para o Rio de Janeiro-RJ, onde trabalhou em boates e circos de subúrbio.
Sua primeira composição, Vou tirar você desse lugar, data de 1970, ano em que teve sua primeira música gravada, Chato e atrevido, por Denise Barreto, na Odeon. Levado para a gravadora CBS por Rossini Pinto, um ano depois lançou um compacto simples com as músicas de sua autoria Minhas coisas e Meu céu é você.
Em 1973, fez dupla com Caetano Veloso no show Phono 73, cantando seu grande sucesso Pare de tomar a pílula . Gravou cinco LPs, na Phonogram.
Obras principais: Pare de tomar a pílula, 1973; Vou tirar você deste lugar, 1970.
Algumas músicas cifradas:

Severino Araújo e a Orquestra Tabajara

Severino Araújo nasceu em Limoeiro (PE) em 23/4/1917 e dirige a Orquestra Tabajara até hoje. O pai de Severino era mestre de banda em Limoeiro, e foi quem deu as primeiras noções de música. Ainda criança, adotou a clarineta como instrumento favorito.

Na década de 30 mudou-se para João Pessoa (PB), onde foi clarinetista da banda da polícia. Em 1936 escreveu o choro Espinha de bacalhau , uma de suas composições mais famosas. Ainda na Paraíba, foi regente da orquestra da Rádio Tabajara, e com alguns integrantes dela partiu para o Rio de Janeiro no final dos anos 30.

Apenas em 1945 a Orquestra adotou oficialmente o Rio de Janeiro como sua sede. Inspirada nas big bands norte-americanas, a Orquestra anima bailes, festas e gafieiras desde os anos 40 até hoje, totalizando mais de 13 mil apresentações. Além de atuar em bailes e festas, a Orquestra Tabajara trabalhava em emissoras de rádio.

Com grande popularidade, a Orquestra gravou mais de 100 discos de 78 rpm, batendo recordes de longevidade, além de alicerçar o trabalho de cantores como Jamelão, com quem gravou dois discos-tributos a Lupicínio Rodrigues .

Durante a existência do Circo Voador, no Rio de Janeiro, a Tabajara era a atração tradicional dos domingos, com a Domingueira Voadora. O repertório é composto tanto de clássicos do jazz e da canção norte-americana quanto de temas da música brasileira. Severino Araújo, que foi aluno de Koellreuter, é autor de várias músicas executadas pela Orquestra, e comemorou seus 80 anos ainda à frente do grupo, regendo e ensaiando.

Sivan Castelo Neto

O compositor e instrumentista Sivan Castelo Neto (Ulisses Lelot Filho) nasceu em Campinas (SP) em 27/5/1904 e faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 28/2/1984. Em São Paulo, em 1920, iniciou-se musicalmente com seu primo o professor Emílio Vautier. Com Savino de Benedictis teve as primeiras lições de harmonia, aperfeiçoando-se ao violino com Torquato Amore.
Autodidata em piano e orquestração, em 1930 teve sua canção Eu e você gravada por Max Cardoso, na Victor. Como violinista, atuou na Rádio São Paulo em 1924, formando um trio com o pianista Alberto Soles e o flautista Vicente Lima. No ano seguinte integrou como segundo violino, a orquestra do Teatro Santana, regida pelo maestro Giamarusti.
Sempre atuando em São Paulo, participou de orquestras de vários cinemas entre os quais o Odeon e o Royal. Foi diretor artístico da Rádio Educadora Paulista (hoje Gazeta) e da Rádio Bandeirantes. Como compositor, teve obras interpretadas por Jorge Fernandes, Orlando Silva e Leny Eversong, entre outros, alcançando grande sucesso como a valsa Se ela perguntar, gravada em 1931 por Gastão Formenti.
Em 1953 sua Valsa de Natal (com Hilton Gomes), obteve o primeiro lugar no concurso de músicas natalinas promovido pela Rádio Globo. De 1950 a 1963 manteve um estúdio de publicidade tendo escrito e gravado centenas de jingles. Fez várias versões. Usava também o pseudônimo de Navis.
Obras: O amor é assim, valsa, 1954; Eu e você, canção, 1930; Eu, o luar e você, bolero, 1959, Foi o vento.., foi a vida (c/Correia Júnior), canção, 1933; Foi tudo um sonho, valsa, 1931; Nem a saudade ficou, valsa, 1934; Se ela perguntar, valsa, 1931, Tema do boneco de palha (c/Vera Brasil), samba, 1961; Valsa dos noivos (C/José Roberto Medeiros), valsa, 1954.

Sérgio Porto

Sérgio Porto (Sérgio Marcus Rangel Porto), cronista, radialista e compositor, conhecido também como Stanislaw Ponte Preta, nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 11/1/1923 e faleceu na mesma cidade em 30/9/1968.
Iniciou carreira jornalística escrevendo para a revista Sombra, em 1949. Dois anos depois estava no jornal Diário Carioca, em 1953 na Tribuna de Imprensa e em 1954 na Última Hora, do Rio de Janeiro, onde, sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, deu início às crônicas satíricas que lhe deram fama.
Escreveu em 1953 a Pequena história do jazz e no ano seguinte foi colaborador da Revista de Música Popular, fundada por seu tio Lúcio Rangel e Pérsio de Morais. Com Lúcio Rangel e o pintor Santa Rosa fundou a revista O Mundo Ilustrado.
Em 1956 escreveu com Nestor de Holanda TV para crer, e com Luís Iglésias, no ano seguinte, Quem comeu foi pai Adão, revistas teatrais encenadas com êxito. Escreveu shows musicais para boates, entre os quais o levado em 1964 na boate Zum-Zum, do Rio de Janeiro, com Araci de Almeida e Billy Blanco e apresentação dele próprio.
Como compositor destacou-se com o Samba do crioulo doido, gravado pelo Quarteto em Cy no LP Em Cy maior, em 1968, pela Elenco. O samba glosa a dificuldade dos compositores de escolas de samba quando obrigados a estudar a História do Brasil para compor os enredos dos desfiles. Suas crônicas começaram a ser reunidas em livro a partir de 1961, com Tia Zulmira e eu, culminando em 1966 com o Febeapá, festival de besteira que assola o país. Foi em certo momento, pela linguagem, estilo, temas e críticas, a encarnação da “alma carioca”.

Elvis Presley

Elvis Presley

Elvis Aaron Presley, nas circunstâncias mais humildes, nasceu para Vernon e Gladys Presley em uma casa de dois quartos em Tupelo, Mississipi no dia 8 de janeiro de 1935. Seu irmão gêmeo, Jessie Garon, nasceu morto, e Elvis cresceu como filho único. Ele e seus pais se mudaram para Memphis, Tennessee em 1948, e Elvis lá se formou na Humes High School em 1953.
As influências musicais de Elvis eram a música pop e country da época, a música gospel que ele ouvia na igreja e nas noites de cantoria que ele freqüentava, e o R&B que ele absorveu na histórica Beale Street quando adolescente em Memphis.
Em 1954, ele iniciou sua carreira musical no lendário selo Sun Records em Memphis. No fim de 1955, seu contrato foi vendido para RCA Victor. Em 1956, ele era uma sensação internacional. Com um som e estilo que unicamente combinavam suas diversificadas influências e confundiam e desafiavam as barreiras raciais da época, ele conduziu uma nova era da música e cultura pop Americana.
Ele estrelou 33 filmes de sucesso, fez história com suas aparições na televisão e especiais, e foi muito aclamado por suas apresentações que frequentemente quebravam recordes, suas turnês e em Las Vegas. Globalmente, ele já vendeu mais de um bilhão de discos, mais do que qualquer outro artista. Suas vendas americanas o garantiraram prêmios de ouro, platina e multi-platina por seus 149 álbuns e singles, muito mais do que qualquer outro artista.
Entre seus muitos prêmios estão 14 indicações ao Grammy (3 prêmios) da National Academy of Recording Arts & Sciences, o prêmio Grammy por sua obra, que recebeu aos 36 anos, e a nomeação como um dos 10 Jovens Homens Mais Proeminentes da Nação em 1970 nos EUA.
Sem nenhum dos privilégios que seu status de celebridade poderiam ter o concedido, ele serviu seu país no Exército dos EUA. Seu talento, beleza, sensualidade, carisma e bom humor o tornou querido para milhões, assim como a humildade e bondade que demonstrou durante sua vida. Conhecido pelo mundo por seu primeiro nome, ele é considerado uma das figuras mais importantes da cultura pop do século 20. Elvis morreu em sua casa em Memphis, Graceland, em 16 de agosto de 1977.
Entre seus sucessos musicais podemos destacar, "Hound Dog", "Don't Be Cruel", "Love me Tender", "All Shook up", "Teddy Bear", "Jailhouse Rock", "It's Now or Never", "Can´t Help Falling in Love", "Surrender", "Crying In The Chapel", "In The Ghetto", "Suspicious Minds", "Don't Cry Daddy", "The Wonder of You", "Burning Love", "My Boy" e "Moody Blue".
Especificamente na Europa, canções como "Wooden Heart", "You Don't Have To Say You Love Me", "My Boy" e "Moody Blue", foram também marcantes.
Particularmente no Brasil, foram bem-sucedidas as canções "Kiss me Quick", "Bossa Nova Baby", "Bridge Over Troubled Water", "Sylvia" e "My Boy", dentre outras que também marcaram época.
Após sua morte, novos sucessos advieram como "Way Down" (logo após seu falecimento), "Always On My Mind", "Guitar Man", "A Little Less Conversation" e "Rubberneckin". Ainda hoje, quase trinta anos após sua morte, é o detentor de maior número de "hits" nas paradas mundiais e o recordista de vendagem de discos em todos os tempos.
Algumas músicas cifradas:
Fontes: Elvis.com e Wikipedia

Sílvio Salema

O cantor e musicólogo Sílvio Salema (Sílvio Salema Garção Ribeiro), nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 30/10/1901 faleceu na mesma cidade em 29/10/1976. Iniciou carreira como cantor em 1928, gravando na Parlophon a canção Benzinho do coração (Ari Kerner), e o tango Quando me beijas (Pedro Cabral), além do fado-tango Guitarrada (Eduardo Souto).
No ano seguinte gravou na Parlophon o tango Por um beijo do tempo (Pedro Cabral), a valsa Olhar de fogo (Plínio Brito), Modinha brasileira (De Chocolat) e, na Victor, o samba Virou boba (Sinhô), a valsa-canção Voz solitária (João Martins), o samba Rosa, meu amor (Rogério Guimarães e Dudu Filho) e a toada Quando as frô pega nascê (Josué de Barros e Rogério Guimarães).
Em 1930 gravou, na Victor, a marcha Eu sou é ulio (Freitinhas) e a valsa Inconstante (Edmundo Henriques). Gravou, em 1932, Onde está o meu amor (Capiba e J. Coelho Filho) e Valsa verde (Capiba e Ferreira dos Santos).
Dedicado à música brasileira nos aspectos popular, coral e sobretudo folclórico, tornou-se estudioso e pesquisador, chegando a escrever uma tese sobre a origem do samba, arquivada na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.
Destacou-se também como professor, ensaiador e regente de canto orfeônico, tendo ao lado de Heitor Villa-Lobos incentivado o canto orfeônico escolar. Foi também autor de canções escolares como Carneirinho de algodão (com Villa-Lobos) e Soldadinhos (com Narbal Fontes).

Sônia Carvalho

Sônia Carvalho (Maria de Nazaré Reis), cantora, nasceu em São Paulo/SP em 27/2/1914 e faleceu em Taubaté/SP em 11/5/1988. Iniciou a carreira em 1929, na Rádio Educadora Paulista.
Em 1934 gravou na Odeon seu primeiro disco, com a marcha Beijos e o samba Vejo o céu todo estrelado (ambos de André Filho). Logo depois, foi para a Victor, que procurava uma substituta para Carmen Miranda, então na Odeon.
Em seu primeiro disco na Victor lançou os sambas A infelicidade me persegue e O dia morreu, ambos de Assis Valente, o segundo em dueto com o compositor.
Seus gêneros prediletos eram as canções românticas e regionais e as versões de melodias famosas, mas gravou também sambas e marchas por interesse das gravadoras. Seu repertório incluiu músicas de Ary Barroso, André Filho, Floriano Pinho e outros, e duas composições de sua autoria: a marcha Te logo e o samba A vida é um samba, este último em parceria com Ivani Ribeiro.
Em 1936 foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que estava sendo inaugurada, tornando-se uma das cantoras mais bem pagas da emissora. Em 1937 gravou na Columbia seus dois últimos discos; no mesmo ano casou-se e abandonou a carreira.
Deixou uma discografia que vai de 1934 a 1937, totalizando dez discos com 20 músicas. Em 1939 lançou Nelson Gonçalves, recomendando o ao então diretor da Rádio São Paulo, o maestro Gabriel Migliori.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira – Art Editora.

Stefana de Macedo

Stefana de Macedo (Stefana de Moura Macedo) - 29/1/1903, Recife, PE - 1/9/1975, Rio de Janeiro, RJ - foi uma das principais cantoras-pesquisadoras brasileiras, a quem nossa memória folclórica muito deve.

Incluiu 43 músicas de características regionais nos seus 22 discos gravados. São cocos, toadas pernambucanas, cateretês, maracatus, corta-jacas, baiões, canções do Amazonas, tanto de domínio público (muitas vezes com adaptações suas) quanto de autores conhecidos, numa época em que só os homens atuavam nesse setor, abrindo caminho para artistas que vieram depois, como Dilu Melo, Inezita Barroso e Ely Camargo.

Quando tinha nove anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio R. William e teve aulas de violão com Patrício Teixeira e Rogério Guimarães, logo começando a cantar e tocar em festas familiares.

Em 1926 apresentou-se ao violão no Cassino do Copacabana Palace, quando esse instrumento ainda estava restrito à então chamada malandragem. No ano seguinte, apresentou-se no I.N.M., no Rio de Janeiro, e no Teatro Municipal, de São Paulo.

Em 1928 estreou em disco interpretando pela Odeon as canções Tenho uma raiva de vancê e Sussuarana, ambas de Luiz Peixoto e Hekel Tavares. Sussuarana obteve grande sucesso, embora tivesse sido gravada pouco antes por Gastão Formenti. No mesmo ano, gravou de Catulo da Paixão Cearense o samba Leonor e de Hekel Tavares e Joraci Camargo, a canção Lua cheia.

Em 1929 apresentou-se no Teatro Municipal, de São Paulo e gravou pela Columbia o samba-choro Bambalelê, a canção Stela, os corta-jaca A mulher e o trem e O homem e o relógio, o cateretê Bicho caxinguelê, a toada Saia do sereno, o batuque Dança do Quilombo dos Palmares, talvez a música brasileira mais antiga conhecida, com a primeira gravação de um batuque com batida na caixa do violão, executada por ela, e a canção História triste de uma praieira seu maior sucesso, todos de motivo popular, com arranjos de sua autoria. No mesmo ano, gravou de João Pernambuco os cocos Tiá de Junqueira e Biro biro iaiá e as toadas Siricóia e Vancê, esta última em parceria com E. Tourinho.

Em 1930 gravou pela Colúmbia o batuque Mãe Maria Camundá de sua autoria e o baião Estrela D'Alva de João Pernambuco. No mesmo ano gravou a toada Como se dobra o sino, de motivo popular com arranjos de sua autoria. Também fez arranjos de outros motivos populares, entre os quais o coco O-le-lê Tamandaré e a canção Rede do Ceará. Gravou diversas composições de João Pernambuco, entre as quais Manacá dos gerais, de parceria de João e E. Tourinho. Gravou diversas composições de Amélia Brandão Nery, entre as quais a cantiga Casa de farinha e a canção Nos cafundó do coração. Ainda em 1930 gravou do compositor pernambucano Raul Moraes o coco Lenhadô.

Em 1931 cantou no filme Coisas nossas, de Alberto Byington. Em 1933 gravou de sua autoria, o maracatu Dois de oro e a canção Sodade véia. Em 1935 deu dois recitais no Teatro Colón, de Buenos Aires, Argentina; no primeiro, com a presença do mundo oficial da Argentina e do Brasil, executou na primeira parte suas canções ao violão e, na segunda, com Heitor Villa-Lobos ao piano, músicas do compositor.

Em 1939 regravou a canção História triste de uma praieira, com arranjos de sua autoria e versos de Adelmar Tavares. Em 1942 gravou a canção Rede do Ceará, de motivo popular e arranjos de sua autoria.

Em fins dos anos 1950, a cantora Ely Camargo gravou de sua autoria e Aldemar Tavares, História triste de uma Praieira. A partir dos anos 1950 só se apresentava em raros recitais, consolidando, contudo, uma aura de elegância e sofisticação, sempre saudada por intelectuais, críticos e até músicos eruditos.

Em 1968 gravou histórico depoimento para a posteridade no Museu da Imagem e do Som. Passou seus últimos anos de vida na cidade de Volta Redonda, sempre esquecida pela chamada grande "mídia".

Fonte: Cantoras do Brasil - Stefana de Macedo

Dança do Quilombo dos Palmares

quilombo
Esta é a mais antiga canção conhecida no Brasil. Data de fins do século XVII (décadas de 1680, 1690) e é atribuída a membros do Quilombo dos Palmares. A letra foi extraída de um antigo disco 78 rpm da violeira nordestina Stefana de Macedo, gravado em Outubro de 1929.
Quilombos eram locais onde os escravos africanos refugiavam-se. Eram espécie de vilas formadas de escravos fugidos, aos quais mais tarde somaram-se vários tipos de personagens marginalizados pela sociedade da época. Várias cidades no Brasil são originárias de quilombos formados no período colonial e imperial.
Palmares é uma região localizada no interior do estado de Alagoas. O quilombo aqui mencionado foi arrasado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1696. Mais tarde, surgiu a vila, depois atual cidade de Palmares no mesmo local.

Dança do Quilombo dos Palmares
Refrão

Folga nego, branco não vem cá
Se vié, pau há de levá

I
Sinhô já tá drumindo
Nego qué é batucá
Nego tá se divertindo
De minhã vai trabaiá (2x)

II
Nego geme todo dia,
Nego panha de sangrá
Dando quase seis da noite
Panha nego a batucá (2x)

III
As corrente tão batendo,
As brieta chocaiando
Sangue vivo tá corando,
E nego tá batucando (2x)

IV
Nego rachou o pé,
De tanto sapatiá
Tão cantando, tão gemendo,
Nego qué é batucá (2x)

V
Quando rompe a madrugada
Geme tudo nos açoite
Nego pega nas enxada
E o batuque é só de noite (2x)

Fonte: Portal Galego da Língua

Stellinha Egg

Stellinha Egg (Stella Maria Egg), cantora, nasceu em Curitiba (PR) em 18/7/1914 e faleceu na mesma cidade em 17/6/1991. Cresceu recebendo a influência do ambiente musical existente em sua família e com cinco anos começou a cantar em festas da Igreja Evangélica.
Sua carreira profissional se iniciou na Rádio Clube Paranaense, em Curitiba. Venceu um concurso de melhor intérprete do folclore brasileiro e foi contratada a partir daí pela Rádio Tupi de São Paulo, para onde se transferiu logo depois. Na capital paulista trabalhou nas Rádios São Paulo e Cultura.
No início da década de 40, transferiu-se para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro, onde se apresentou ao lado de Dorival Caymmi e Sílvio Caldas. Em 1944, gravou seu primeiro disco, pela gravadora Continental, interpretando a toada Uma lua no céu... outra lua no mar, de Jorge Tavares e Alaíde Tavares, e o coco Tapioquinha de coco, de Jorge Tavares e Amirton Valim.
No ano de 1945, casou-se com o maestro Lindolfo Gaya, que conhecera na Rádio Tupi, de São Paulo, e que a partir daí trabalharia nos arranjos de suas músicas, e de quem gravou, entre outras músicas, o samba Não consigo esquecer você, a toada Mais ninguém, parceria com Eme de Assis e o samba canção Um amor para amar.
Em 1949, gravou de Ary Barroso, o samba canção Terra seca. Em 1950, gravou o baião Catolé, de Humberto Teixeira e Lauro Maia. No mesmo ano, foi eleita no Congresso Internacional de Folclore, em Araxá, Minas Gerais, como a Melhor Cantora Folclórica.
Em 1952, gravou a rancheira Toca sanfoneiro, dela e Luiz Gonzaga, e a canção Luar do sertão, de Catulo da Paixão Cearense. Em 1953, gravou, de Dorival Caymmi, as canções O mar e Vento. Gravou também do mesmo autor, o samba canção Nunca mais. Em 1954, gravou ainda de Caymmi, os batuques Noite de temporal e A lenda do Abaeté.
Entre 1955 e 1956 excursionou à Europa, apresentando-se na URSS, França, Polônia, Finlândia, Itália e Portugal, acompanhada do maestro Lindolfo Gaia. Em 1956, gravou o xote O torrado, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas e o clássico baião Fiz a cama na varanda, grande sucesso de Dilu Melo. Em 1960, gravou na Odeon cantando com o Trio Yrakitan a limpa-banco Entrevero no jacá, de Barbosa Lessa e Danilo Vital.
Dedicada ao estudo e pesquisa do folclore brasileiro, gravou diversas composições de domínio público e folclóricas, tais como a toada Garoto da lenha de Angico, a toada Boi Barroso, Samba lelê, A moda da carranquinha, Cantigas do meu Brasil e outras. Gravou ainda o LP Luar do sertão, com composições de Catulo da Paixão Cearense, Ernesto Nazareth e Anacleto de Medeiros. Gravou diversos LPs dedicados a distintos aspectos da música popular e folclórica, entre os quais: Modas e modinhas, com modas de viola e modinhas, antigas e modernas; Vamos todos cirandar, com canções de roda; e Músicas do nosso Brasil, com canções tradicionais brasileiras.
Fonte: Cantoras do Brasil – Stellinha Egg.

Paralamas do Sucesso

Paralamas do Sucesso: Grupo formado em Brasília DF, um dos mais importantes do rock brasileiro da década de 1980, funde o rock com o ska e o reggae jamaicanos, músicas latino-americanas e carimbó, além de outros ritmos brasileiros.
Iniciado em 1982 por Bi Ribeiro (Felipe Ribeiro, Rio de Janeiro RJ 1961) no contrabaixo, Herbert Viana (João Pessoa PB 1961) na guitarra e Vital Dias na bateria, substituído por João Barone (Rio de Janeiro 1962) em 1983.
Foi inspirado em Vital que Herbert Viana compôs Vital e sua moto, primeiro êxito do grupo e um dos pontos altos do primeiro LP, Cinema mudo, de 1983, pela EMI. O segundo LP, O passo do Lui (1984), consolidou a posição do grupo como dos mais criativos do pop-rock brasileiro, incluindo sucessos como Óculos, Meu erro (regravada por Zizi Possi e Nelson Gonçalves), Ska, Romance ideal e Me liga (todas de Herbert Viana).
O terceiro LP, Selvagem? (1986), trouxe dois dos maiores sucessos do ano, Alagados (composição do trio) e Melô do marinheiro, adaptação brasileira do dub, estilo de reggae que consiste numa melodia monocórdica sobre uma linha de baixo repetitiva. Em 1986-1987 apresentaram-se com êxito em Buenos Aires (Argentina), Paris (França) e no Festival de Jazz de Montreux (Suíça).
Outros discos do trio são D (ao vivo em Montreux, 1987), Bora-Bora (1988), Big-bang (1989), Os grãos (1991), Severino (1994), Vamo bate lata (1995) e Nove luas (1996). Outros sucessos do grupo incluem Patrulha noturna (1983), Quase um segundo (1988), Lanterna dos afogados (1989), Luís Inácio (300 Picaretas) (1995), Uma brasileira (1996, parceria de Herbert Viana com Carlinhos Brown e participação de Djavan) e La bella luna (1996).
Herbert Viana lançou dois discos solo: É Batumaré (1993) e Santorini Blues (1997).
Músicas cifradas dos Paralamas do Sucesso:
Fonte: Cifrantiga - História da MPB e Cifras; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

J. Tomás

J. Tomás (João Tomás de Oliveira Júnior), instrumentista, regente, compositor e cantor (Rio de Janeiro RJ 17/11/1898—id. 24/11/1948) nasceu no bairro de Catumbi e desde rapaz freqüentava rodas de músicos, que se reuniam com Pixinguinha, Donga e o violonista Tute, entre outros.
Seu pai era ferroviário e, por volta de 1914, arranjou-lhe um emprego como conferente da Estrada de Ferro Central do Brasil, que o afastou do Rio de Janeiro por três anos. De volta em 1917, sentou praça como voluntário da brigada policial, em cuja fanfarra Tomasinho, como era conhecido na época, se iniciou no manejo das baquetas, rufando caixa e bombo. Deu baixa, sendo logo convidado por Donga para integrar os Oito Batutas, em substituição a Luís de Oliveira, que morrera logo depois da estréia do conjunto no Cine Palais, em 1919.
Tocando reco-reco, estreou com o grupo em 1920 em cinema em Petrópolis RJ. Dois anos depois, ficou doente e não pôde ir com os Oito Batutas para a Europa. Nessa ocasião, ganhou uma bateria de presente de Arnaldo Guinle, protetor do conjunto e financiador da viagem. Passou então a freqüentar locais onde tocavam jazz-bands, ouvindo especialmente Kosarin, baterista e maestro norte-americano que viveu no país muitos anos.
Em meados de 1922, com o retorno dos Oito Batutas, voltou a integrar o grupo, viajando para a Argentina no mesmo ano. Das 20 gravações feitas pelo conjunto em Buenos Aires, foram de sua autoria os sambas Faladô e Caruru (c/Donga).
Retornando ao Rio de Janeiro, com a dissolução dos Oito Batutas, organizou uma orquestra de danças, o Brazilian Jazz. Reunindo em torno de sua bateria os pistonistas Sebastião Cirino e Valdemar, o trombonista Vantuil de Carvalho, os saxofonistas Lafayette e Paraíso, o violinista Wanderley e o pianista Augusto Vasseur, estreou no Cinema Central (depois Eldorado), alcançando grande sucesso. Por convite seu, participou da orquestra Ary Barroso, que na época tocava piano na sala de espera do Teatro Carlos Gomes.
Em fins de 1928, apresentou-se com a orquestra na Rádio Sociedade, sendo convidado pelo norte-americano Salisbury a tocar na gravadora Brunswick, que vinha se instalar no Rio de Janeiro. Já estava fazendo sucesso com seu samba Sarambá (versos em francês de Duque), apresentado em 1922 em Paris pelos Oito Batutas, o qual lhe abriu as portas do teatro musicado.
Na véspera da estréia da revista Guerra ao mosquito (Marques Porto e Luiz Peixoto), em 31 de maio de 1929, no Teatro Carlos Gomes, queimou as mãos com um foguete, deixando a bateria e, pela primeira vez, assumindo a regência da orquestra. Usava luvas brancas para esconder as queimaduras, característica que passou a adotar.
No final do ano, a Brunswick lançou seu disco inaugural, no qual cantou os sambas Sarambá e Rian, de sua autoria, acompanhado da Orquestra Brunswick. Como compositor, alcançou outros êxitos: Teresinha, canção que gravou cantando em 1929, o fox Flor do asfalto, de 1931, gravado por Castro Barbosa, e o samba Verde e amarelo, de 1932, gravado por Araci Cortes, os dois em parceria com Orestes Barbosa, de quem foi o mais importante parceiro quando este se iniciou como letrista de música popular.
Como cantor, gravou 13 músicas na Brunswick em 1929 e 1930, e mais um disco na Odeon, em 1931.
Fonte: Dicionário da Música Brasileira – Art Editora

J. Aimberê

O compositor, instrumentista e regente J. Aimberê (José Aimberê de Almeida) nasceu em Anápolis (atual Analândia) SP em 9/4/1904 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 24/11/1944. Começou a estudar piano em São Paulo e aos 18 anos passou a substituir seu professor, tocando no cinema High Life, no Largo do Arouche.
No mesmo ano foi para Vitória ES dirigir uma orquestra de cinema, no Teatro Melpômene. Vinte e dois dias depois, um incêndio destruiu o teatro; embora sem emprego, resolveu continuar em Vitória, travando amizade com o humorista e cantor Barbosa Júnior, com quem passou a trabalhar.
Compôs nessa época suas primeiras músicas, a toada Jabuticaba, gravada por Gastão Formenti em 1929, e o samba Gosto muito de ti, gravado por Dora Brasil em 1930. Compôs vários roteiros musicais para revistas, como Onde está o gato? (letras de Luís Iglésias e Geysa Bôscoli), em 1927, e no ano seguinte a burleta Noite de reis, parceria de J. Soares e libreto de Freire Júnior.
Datam de 1929 o samba A jura que me fizeste (com João Jório), gravado por Arnaldo Pescuma, e a marcha Paulicéia, além do seu maior sucesso no gênero de revista, Mineiro com botas, com Martínez Grau, J. Tomás e outros, e letra de Marques Porto e Luiz Peixoto. É ainda de 1929 a revista Vai haver o diabo, com Lamartine Babo e Martinez Grau, e letra de Alfredo Breda e Jerônimo de Castilho.
Durante a década de 1930, por influência do teatro, compôs músicas com ritmos norte-americanos e argentinos. Em 1931 resolveu fixar se no Rio de Janeiro, sendo logo contratado como maestro dos espetáculos de variedades da Companhia Roulien, no antigo Teatro Rialto. Finda a temporada, passou para a Companhia Genésio Arruda, como maestro do espetáculo Moinho de Jeca, em que muitas músicas de sua autoria foram incluídas. Nesse ano, Otília Amorim gravou seus sambas Nego bamba e Eu sou feliz.
Em 1932 compôs a opereta Uma falação de caboclo, com, entre outros, Pixinguinha e De Chocolat, este último autor do libreto em parceria com o bailarino Duque. No mesmo ano atuou como regente da Companhia Brasileira de Revistas, no Teatro Trianon, e em 1934 compôs a música da comédia musical de Viriato Correia Coisinha boa, com Joubert de Carvalho. Um ano mais tarde escreveu No quilômetro 2, o primeiro disco lançado por Orlando Silva na Victor.
Em 1936 compôs Ganhou mas não leva, revista com letra de Otávio Rangel e Milton Amaral, e a opereta Sinhô do Bonfim (libreto de Paulo Orlando). No ano seguinte foi contratado como maestro da Companhia Alda Garrido, no Teatro Carlos Gomes, e em 1938 escreveu a opereta Brasil caboclo (letras de Vicente Marchelli, José Luis Calazans e Humberto Miranda).
Um ano depois apresentou suas músicas em mais duas revistas, A vida assim é melhor, com Pixinguinha, letra de Paulo Orlando e De Chocolat, e O que é que a baiana tem, letra de Henrique Fernandes. Além da opereta Noite de reis (1928), foi autor das músicas das operetas Tutu marambaia (1939), libreto de Batista Júnior e Belisário Couto, e em 1940, de Os fidalgos da casa mourisca, libreto de Costa Junior.
Nessa época, apresentou-se no exterior com a Companhia Teatral Casa de Caboclo, criada por Duque em 1932, que ficou famosa por seus espetáculos sertanejos, tendo marcado apresentações em Buenos Aires, Argentina. A temporada foi um fracasso, levando seu idealizador a extinguir a companhia, ainda em 1940.
Compôs continuamente, produzindo obra volumosa que inclui vários gêneros, desde canções e sambas até operetas. No inicio da década de 1940 ficou seriamente enfermo, tendo passado uma temporada em Campos do Jordão SP, a expensas da Caixa Beneficente da SBAT. Faleceu no subúrbio de Engenho de Dentro.
Obras: Bahia, samba, 1929; Escrita complicada, samba, 1931; Felicidade (c/João Jório), canção, 1949; Nego bamba, samba, 1931; No quilômetro 2, samba-canção, 1935; O nosso amor se acabou, samba-modinha, 1931; Saci-pererê (c/A. Barcelos), canção, 1949; Saudades, samba-modinha, 1930; Vou juntar os meus trapinhos, samba, 1927.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira -Art Editora.

Três Morais

Três Morais, Os - Conjunto formado em 1963 pelos irmãos Jane Vicentina do Espírito Santo (Tatuí SP 1943—), Sidney do Espírito Santo (Sorocaba SP 1925—) e Roberto do Espírito Santo (Tatuí 1935—).
Começaram atuando individualmente em conjuntos e orquestras, até se reunirem no conjunto que adotava o sobrenome da mãe - Morais — para gravar jingles. Sidney já havia atuado anteriormente nos conjuntos vocais Garotos Vocalistas (1948), Os Quatro Amigos (1950) e Conjunto Farroupilha (1958).
Mais tarde o conjunto gravou de Ely Arcoverde Sambachiana, composição inspirada no conjunto Swingle Singers. Depois de atuar com repertório quase erudito, começou a interpretar músicas populares em vários programas musicais da época, como O Fino da Bossa e o show Bo-64, através do qual se lançou na televisão.
Jane participou do LP Chico Buarque de Hollanda, cantando a música Com açúcar e com afeto (Chico Buarque), que gravaria sozinha mais tarde. O conjunto gravou três LPs e em 1970 a cantora Jane se casou com o show-man Herondy Bueno, formando com ele uma dupla. Foi então substituída no trio pela cantora Vera Lúcia, originaria do conjunto Alpha Centauri.
Com a nova formação, o trio gravou pela Continental um LP, apresentando grandes sucessos, como as marchas-rancho Pastorinhas (João de Barro e Noel Rosa) e Estrela do mar (Marino Pinto e Paulo Soledade). Entre as composições de Sidney destaca-se Além (com Edson Borges), com várias gravações.
Em maio de 1997 o grupo voltou a reunir-se, com a formação original, apresentando o show Parabéns, Música Brasileira, no projeto Clube da Bossa, organizado por Jane às terças-feiras no restaurante A Baiúca, em São Paulo. Na ocasião cantaram músicas de Tom Jobim, Paulinho Nogueira, Milton Nascimento, Egberto Gismonti e Ely Arcoverde, entre outros.

Trigêmeos Vocalistas

Trigêmeos Vocalistas, Os - Conjunto organizado em 1937, em São Paulo SP, pelos irmãos Armando Carezzato (São Paulo 1917—), e os gêmeos Raul Carezzato (São Paulo 1921—) e Humberto Carezzato.
Depois de se apresentarem individualmente desde crianças, apareceram como o Trio Carezzato, no programa de calouros dirigido por Nilo Melo, no Teatro Colombo, de São Paulo. Foram então contratados para se apresentar na boate Tabu e na Rádio Difusora, de São Paulo, mudando o nome para Os Trigêmeos Vocalistas.
Em 1939 o conjunto foi contratado por Raul Roulien, para uma temporada no Cassino Atlântico, do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo que ingressou na Rádio Nacional; passou depois para a Rádio Globo, voltando novamente para a Nacional.
Gravou em 1940, na Victor, Sacrifício demais (Assis Valente e Leandro Medeiros) e Vieni! Vieni! (Vicente Scotto). O conjunto apresentou-se em Punta del Este e La Ascensión, Uruguai, atuando ainda com Geysa Bôscoli em Buenos Aires, Argentina, fazendo parte do elenco da Rádio Nacional.
Gravou para o Carnaval de 1949, na Odeon, a marcha Os boca negra (Jaú e Dovasal Monteiro Pires). Nesse mesmo ano, fez sucesso com a gravação da rumba El cumbanchero (Rafael Hernández) e o corrido mexicano Don Pedrito (Djalma Esteves e Célio Monteiro), em discos Columbia.
No ano seguinte o sucesso veio com os foxes Eu vou sapatear (Nicola Bruni) e Vaqueiros de Marajó (Stan Jones, versão de Santos Rodrigues), na mesma gravadora. Em 1951, gravou, ainda na Columbia, o fox Tictoc-bum (Charles Trenet, versão de Santos Rodrigues).
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Titulares do Ritmo

Titulares do Ritmo: Conjunto vocal integrado por Francisco Nepomuceno de Oliveira, o Chico (Fortaleza CE 1927—), líder, compositor, arranjador, violonista, pianista; Geraldo Nepomuceno de Oliveira (Fortaleza 1931—), cantor e violonista, Domingos Ângelo de Carvalho (Moeda MG 1921—), cantor; João Cândido Brito (Bom Jesus do Galho MG 1928—), cantor; Joaquim Alves (Valença BA 1921—); e Sóter Cordeiro (São João Evangelista MG 1926—São Paulo SP 1984).
Foi organizado por 1941, quando seus componentes ainda ginasianos e todos cegos, se conheceram no instituto São Rafael, em Belo Horizonte MG. O conjunto estreou na Rádio Inconfidência, dessa cidade, cantando Como se faz uma cuíca (Pedro Caetano). Contratado pela emissora, seguiu em 1948 para São Paulo SP, estreando na Rádio Gazeta e alcançando grande sucesso na década de 1950, quando atuou na Rádio Bandeirantes.
Em 1951 gravou com sucesso o samba Não põe a mão (Mutt, Buci Moreira e Arnô Canegal). Em 1953 lançou, na Victor, a toada Sodade matadera (Davi Raw e Manezinho Araújo) e Mulher de artista (Geraldo Tavares), lançando para o Carnaval Lulu (Jorge Roy e Orlando Monello), e o fox-trot Serenata ao luar (José Maria de Abreu), além de gravar, pela Todamérica, E ela não vem (Hervé Cordovil e Vicente Leporace) e o baião Que saudade, menina (Castro Barbosa).

Ainda nessa década gravaram 16 LPs, entre os quais Homenagem ao Bando da Lua (Copacabana), Jóias musicais (Copacabana), Concerto de música popular (Copacabana), Os fabulosos Titulares do Ritmo (RCA). Tinham também dois programas exclusivos nas rádios Tupi e Record, e criaram a firma Pauta — Gravações e Propaganda onde gravaram jingles comerciais. Após a década de 1970, com mais de 35 anos de carreira, passaram a viver de shows pelo interior de São Paulo.